sábado, 18 de maio de 2013

Professora Maria Alice e a turma NA1/2013


Clicar aqui para ver linda apresentação, em PowerPoint, sobre os Imigrantes no Brasil.

Imigrantes no Brasil
A imigração em massa foi um dos traços mais importantes das mudanças socioeconômicas ocorridas no Brasil a partir das últimas décadas do século XIX. O Brasil1 foi um dos países receptores de milhões de europeus e asiáticos, que vieram para as Américas em busca de oportunidade de trabalho e ascensão social.
Cerca de 3,8 milhões de estrangeiros entraram no Brasil entre 1887 e 1930, mas durante a 1°Guerra Mundial houve uma reduzida neste fluxo, que retomou após o conflito. As regiões Centro-Sul, Sul e Leste foram as que mais receberam imigrantes (em 1920, 93,4% da população estrangeira estavam nestas regiões). Só em São Paulo, se estabeleceram 52,4% das pessoas, esta preferência se explica pelas facilidades concedidas pelo Estado (passagens e alojamento) e oportunidades de trabalho abertas devido à economia brasileira em expansão.

Os primeiros imigrantes no Rio Grande do Sul

Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul, o primeiro grupo organizado de povoadores, vindos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde anteriormente estavam situadas as Missões. Mas as dificuldades de transporte fizeram com que terminassem por se fixar na área onde hoje está Porto Alegre, a capital do Estado. Praticando a agricultura de pequena propriedade, não encontraram mercado para seus produtos, e então terminaram por se integrar à economia voltada para a pecuária.

Posteriormente, em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o caráter rural da vida do atual Estado, a criação da primeira charqueada comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o principal produto de exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do país.
Essa situação começou a ser modificada no início do século XIX. A estrutura econômica do Brasil, de então se baseava na exportação dos produtos agrícolas plantados em grandes propriedades por trabalhadores escravos. O Rio Grande fornecia o charque para esses trabalhadores, e também para os moradores pobres das grandes cidades. Mas, a partir de 1820, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitação profissional, e pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Isto significa que o governo queria trazer pequenos produtores (para fornecer alimentos para as cidades) e artesãos.

A ideia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos, que temiam que os trabalhadores livres "fossem um mau exemplo", demonstrando que o trabalho pago produzia mais e melhor que o escravo. Moradores de regiões mais ao norte do país, os grandes senhores de escravos conseguiram impedir que os imigrantes fossem destinados às suas regiões. Por isto, o governo terminou por levá-los para o Rio Grande do Sul, que estava situado à margem do grande eixo econômico, no centro do país.
Após o incentivo do governo brasileiro, os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em terras situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual Estado.
Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em que predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio.
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
No Rio Grande do Sul, a partir de 1889 aumentou a diversificação de atividades econômicas destinadas para o próprio Estado e ao mercado interno nacional. Quem promoveu estas diversificações, foram os imigrantes instalados na região serrana, como pequenos proprietários e se expandiram também para outras regiões. No setor agrícola, destacaram-se a produção de arroz, do milho, do feijão e do fumo. No setor industrial, a indústria têxtil liderava no Sul, em segundo lugar, as indústrias de bebidas (através da produção de vinho, que já eram produzidos e se intensificou com a chegada dos imigrantes italianos e alemães). O Rio Grande do Sul se desenvolveu quase inteiramente para o mercado interno.
O Rio Grande do Sul encontrado pelos italianos era muito diferente daquele que os alemães viram ao chegar. De 110 mil habitantes em 1824 haviam saltado para 440 mil. Dessa população, um sexto se achava concentrada na zona de colonização alemã, e o restante se reunia principalmente na depressão central.
Já não existiam somente os cinco municípios (Porto Alegre, Rio Grande, Santo Antônio da Patrulha, Rio Pardo e São João da Cachoeira). Eram agora 28, incluindo Porto Alegre, Alegrete, Bagé, Cachoeira, Caçapava, Canguçu, Conceição do Arroio, Cruz Alta, Dores de Camaquã, Encruzilhada, Itaqui, Jaguarão, Passo Fundo, Pelotas, Piratini, Rio Grande, Rio Pardo, Santa Maria, Sant'Ana do Livramento, Santo Antônio da Patrulha, São Borja, São Gabriel, São Jerônimo, São José do Norte, São Leopoldo, Taquari, Triunfo e Uruguaiana.
        As condições de estabelecimento dos italianos foram bastante diversas. A imigração sulina praticamente não foi subsidiada e os recém-chegados instalaram-se como proprietários rurais ou urbanos.  Os imigrantes italianos influenciaram fortemente os hábitos alimentares nas regiões em que se fixaram e deram uma importante contribuição à industrialização gaúcha e paulista.
1 Entre outros, os Estados Unidos, a Argentina e o Canadá.

Nenhum comentário: