Clicar aqui para ver linda apresentação, em PowerPoint, sobre os Imigrantes no Brasil.
Imigrantes
no Brasil
A
imigração em massa foi um dos traços mais importantes das mudanças
socioeconômicas ocorridas no Brasil a partir das últimas décadas
do século XIX. O Brasil1
foi um dos países receptores de milhões de europeus e asiáticos,
que vieram para as Américas em busca de oportunidade de trabalho e
ascensão social.
Cerca de 3,8
milhões de estrangeiros entraram no Brasil entre 1887 e 1930, mas
durante a 1°Guerra Mundial houve uma reduzida neste fluxo, que
retomou após o conflito. As regiões Centro-Sul, Sul e Leste foram
as que mais receberam imigrantes (em 1920, 93,4% da população
estrangeira estavam nestas regiões). Só em São Paulo, se
estabeleceram 52,4% das pessoas, esta preferência se explica pelas
facilidades concedidas pelo Estado (passagens e alojamento) e
oportunidades de trabalho abertas devido à economia brasileira em
expansão.
Os
primeiros imigrantes no Rio Grande do Sul
Em
1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul, o primeiro grupo
organizado de povoadores, vindos da ilha dos Açores, contavam com o
apoio oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta
área onde anteriormente estavam situadas as Missões. Mas as
dificuldades de transporte fizeram com que terminassem por se fixar
na área onde hoje está Porto Alegre, a capital do Estado.
Praticando a agricultura de pequena propriedade, não encontraram
mercado para seus produtos, e então terminaram por se integrar à
economia voltada para a pecuária.
Posteriormente,
em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o caráter rural da vida
do atual Estado, a criação da primeira charqueada comercial em
Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o principal produto de
exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do
país.
Essa
situação começou a ser modificada no início do século XIX. A
estrutura econômica do Brasil, de então se baseava na exportação
dos produtos agrícolas plantados em grandes propriedades por
trabalhadores escravos. O Rio Grande fornecia o charque para esses
trabalhadores, e também para os moradores pobres das grandes
cidades. Mas, a partir de 1820, o governo brasileiro resolveu
estimular a vinda de imigrantes europeus, para formar uma camada
social de homens livres que tivessem habilitação profissional, e
pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que ser
importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Isto significa
que o governo queria trazer pequenos produtores (para fornecer
alimentos para as cidades) e artesãos.
A
ideia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos,
que temiam que os trabalhadores livres "fossem um mau exemplo",
demonstrando que o trabalho pago produzia mais e melhor que o
escravo. Moradores de regiões mais ao norte do país, os grandes
senhores de escravos conseguiram impedir que os imigrantes fossem
destinados às suas regiões. Por isto, o governo terminou por
levá-los para o Rio Grande do Sul, que estava situado à margem do
grande eixo econômico, no centro do país.
Após
o incentivo do governo brasileiro, os primeiros imigrantes que
chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em terras
situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo,
começaram a mudar o perfil da economia do atual Estado.
Primeiramente,
introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora
praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países
de origem, que terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira
vez havia, no país, uma região em que predominavam os homens
livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do
trabalho alheio.
As
levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil
do Rio Grande. Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o
artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado
interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o
poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das
estâncias e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos
poucos, se consolidando.
No
Rio Grande do Sul, a partir de 1889 aumentou a diversificação de
atividades econômicas destinadas para o próprio Estado e ao mercado
interno nacional. Quem promoveu estas diversificações, foram os
imigrantes instalados na região serrana, como pequenos proprietários
e se expandiram também para outras regiões. No setor agrícola,
destacaram-se a produção de arroz, do milho, do feijão e do fumo.
No setor industrial, a indústria têxtil liderava no Sul, em segundo
lugar, as indústrias de bebidas (através da produção de vinho,
que já eram produzidos e se intensificou com a chegada dos
imigrantes italianos e alemães). O Rio Grande do Sul se desenvolveu
quase inteiramente para o mercado interno.
O
Rio Grande do Sul encontrado pelos italianos era muito diferente
daquele que os alemães viram ao chegar. De 110 mil habitantes em
1824 haviam saltado para 440 mil. Dessa população, um sexto se
achava concentrada na zona de colonização alemã, e o restante se
reunia principalmente na depressão central.
Já
não existiam somente os cinco municípios (Porto Alegre, Rio Grande,
Santo Antônio da Patrulha, Rio Pardo e São João da Cachoeira).
Eram agora 28, incluindo Porto Alegre, Alegrete, Bagé, Cachoeira,
Caçapava, Canguçu, Conceição do Arroio, Cruz Alta, Dores de
Camaquã, Encruzilhada, Itaqui, Jaguarão, Passo Fundo, Pelotas,
Piratini, Rio Grande, Rio Pardo, Santa Maria, Sant'Ana do Livramento,
Santo Antônio da Patrulha, São Borja, São Gabriel, São Jerônimo,
São José do Norte, São Leopoldo, Taquari, Triunfo e Uruguaiana.
As
condições de estabelecimento dos italianos foram bastante diversas.
A imigração sulina praticamente não foi subsidiada e os
recém-chegados instalaram-se como proprietários rurais ou urbanos.
Os imigrantes italianos influenciaram fortemente os hábitos
alimentares nas regiões em que se fixaram e deram uma importante
contribuição à industrialização gaúcha e paulista.
1
Entre outros, os Estados Unidos, a Argentina e o Canadá.
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